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domingo, 19 de outubro de 2014

Conclusão

Hoje em dia, mesmo com a crise, não são poucos os casais que desejam ter filhos. Quando um dos membros do casal tem o azar de ser infértil, poderão haver consequências a nível psicológico e social, o que muitas vezes leva á destruição da relação do casal.~

Neste blogue, tentamos dar um apoio às mulheres, evidenciando as causas que levam á infertilidade feminina, e possíveis tratamentos para os diversos problemas. São muitas as doenças que originam a infertilidade, contudo, tentámos destacar as que mais se revelam nas mulheres. Factores como o peso, álcool, drogas e má alimentação, também são factores que influenciam a fertilidade feminina.

Ao manter uma alimentação cuidada, uma vida saudável e ao consultar regularmente o medico ginecologista, a mulher previne-se dos problemas relacionados com fertilidade e através de consultas vai controlando qualquer problema que eventualmente possa surgir.

No nosso pais temos cerca de 10-15% das mulheres inférteis, e na maioria dos casos, a infertilidade poderia ter sido evitada através de exames e consultas regulares.

No caso da endometriose, por exemplo, a genética está relacionada com a doença. Caso alguma mulher da família tenha sido diagnosticada com esta doença, a probabilidade das mulheres nas próximas gerações desenvolverem a doença, é maior.

Nos dias de hoje, já existe um grande numero de procedimentos cirúrgicos e através de medicamentos para tratar ou acalmar as patologias, mas, caso nenhum resulte, existe a possibilidade da “barriga de aluguer”- que consiste num acordo (contrato de gestação) em que uma mulher aceita engravidar com o objectivo de dar a luz uma criança destinada a outros - ou há a possibilidade da adoção.

Com a evolução da tecnologia e também com a evolução cientifica-medica, foi possível no Japão, criar um útero artificial. “Nestes úteros, fetos de cabra foram ligados a cateteres através dos grandes vasos sanguíneos, no cordão umbilical. O aparelho fornece aos fetos sangue oxigenado enquanto permanecem suspensos em incubadoras que contêm liquido amniótico artificial, aquecido á temperatura do corpo”. (fonte: http://visoesatuaisdomundo.blogspot.pt/2013/11/cientistas-japoneses-criam-um-utero.html)

É claro que, como é tudo tão novo, existem diversas questões éticas no que diz que respeito a isto, fazendo com que até os próprios inventores sintam um certo receio do caminho por onde estão ir.


 Fig.1

Fig.2 




 Mais detalhes sobre o útero artificial em:

Gonorreia
  A gonorreia e uma infeção sexualmente transmissível (IST).A infeção pode afetar todas as partes do corpo,embora afete principalmente as zonas genitais. A gonorreia e uma doença que pode afetar tantos a mulheres como os homens e os recém-nascidos, também podem ser afetados por esta doença durante a sua nascença, ficando principalmente com danos visuais
A gonorreia é uma infeção sexualmente transmissível (IST),cousada por uma bactéria Neisseria gonorrhoeae, que cresce e multiplica-se em áreas quentes e húmidas do corpo, incluindo o canal que leva a urina para fora do corpo (uretra). Em mulheres, a bactéria pode ser encontrada no sistema reprodutor (que inclui as trompas de Falópio, o útero e o colo do útero). A bactéria pode se desenvolver até mesmo nos olhos.
Transmissão da gonorreia
A gonorreia transmite-se através do ato sexual desprotegido, através de via( oral, vaginal e anal),a bactéria pode propagar-se através da corrente sanguínea para outras partes do corpo, especialmente a pele e as extremidades.             Nas mulheres, pode subir pelo trato genital para infetar as membranas que se encontram dentro da bacia, causando dor pélvica e problemas reprodutivos. Localização da infeção (uretra, ânus ou garganta), está relacionada à via de infeção e ao tipo de relação sexual. Embora menos frequente, a transmissão pode ocorrer de mãe para filho durante o parto. Nesse caso, a conjuntiva do bebê pode ser infecta da, ocasionando a conjuntivite gonocócica.
Sintomas:
Em geral os primeiros sintomas para as mulheres são leves,
Costumam aparecer de 2 a 10 dias depois do contato sexual com parceiro infectado. Quando a mulher apresenta sintomas, os primeiros deles podem incluir: 
* Sangramento durante intercurso vaginal. 
* Sensação de dor ou queimação ao urinar. 
* Corrimento vaginal amarela ou com sangue 

Sintomas mais avançados, os quais podem indicar o desenvolvimento de doença inflamatória pélvica, incluem cólicas e dor, sangramento fora do período de menstruação, vômito e febre. 
Tratamento da gonorreia para adultos e recém-nascidos:
Esta infeção sexualmente transmissivel,em grande numero é diagnosticada a partir da análise de um corrimento ou secreções, quando de tal modo esta infeção se alastrou pelo corpo e efetuado análises ao sangue
Clínico (principais sintomas): Entre dois e oito dias após relação sexual desprotegida, a pessoa passa a sentir ardência e dificuldade para urinar. Às vezes, pode-se notar um corrimento amarelado ou esverdeado - até mesmo com sangue - que sai pela vagina, na mulher.
O tratamento da gonorreia pode ser feito com a toma de antibióticos, como por exemplo:
  • 1 injeção de Ceftriaxona 250 mg ou
  • 1 comprimido de Cefixima 400 mg ou
  • 2 comprimidos de Ciprofloxacino 500 mg ou
  • 2 comprimidos de Ofloxacina 400 mg ou
  • 2 comprimidos de Doxiciclina 100 mg por dia, durante 7 dias ou
  • 1 comprimido de Azitromicina 1 g.
Nos bebês, a dose recomendada é de 25 a 50 mg/Kg de Ceftriaxona, de 7 a 10 dias.
Prevenção da gonorreia:
A maneira mais pratica de prevenir este tipo de doença sexualmente transmissível e a abstinência de relações sexuais desprotegidas, ou ter uma relação de longo prazo com um parceiro testado e que você sabe não estar infectado. Preservativos de látex, quando usados consistentemente e corretamente, podem reduzir o risco de transmissão da gonorreia.

Ao aparecimento de qualquer sintoma que possa indicar gonorreia, deve-se parar de ter relações sexuais e procurar um médico imediatamente. Caso a pessoa seja diagnosticada com gonorreia, ela deve informar seus parceiros sexuais recentes para que eles procurem um médico e possam ser tratados. A pessoa com gonorreia e seu parceiro sexual devem evitar o  sexo até que o tratamento da gonorreia tenha sido terminado.


Tratamento da clamídia:

O tratamento da clamídia é feito através de antibióticos, sendo a Azitromicina o antibiótico mais utilizado. Nos pacientes com linfogranuloma venéreo ou com infeção anal, o antibiótico mais indicado é a Doxiciclina. O paciente infetado que está a realizar tratamento, não deve ter atividade sexual pelo menos durante os primeiros sete dias após iniciar o tratamento.
Todos os parceiros sexuais da pessoa infetada devem realizar tratamento, mesmo que não apresentem sintomas. Todas as pessoas que já tenham tido clamídia e foram tratadas, podem voltar a contrair a infeção(nunca se fica imune).

Secreções vaginais agressivas:

A vagina tem várias glândulas que, conjuntamente com o colo do útero, produzem secreções vaginais que, entre outros, permitem a lubrificação da vagina. Esta lubrificação é essencial para a relação sexual e para impedir que seja alvo de lesões ou infeções. Estas secreções têm um pH ácido e microrganismos que impedem a proliferação de outros indesejáveis.

Por vezes, devido a fatores internos ou externos, as características das secreções vaginais são alteradas. Isto pode ser derivado de infeções gerais, diabetes, ingestão de antibióticos ou mesmo uma gravidez. Nestes casos, o pH das secreções pode sofrer uma alteração brusca ou até mesmo destruir os microrganismo nelas existentes. Nesta última hipótese, as bactérias destruídas seriam substituídas por outras mais agressivas.

Por outro lado, os espermatozoides têm um pH alcalino que contrabalança o ácido da vagina. Desta forma, a passagem dos espermatozoides pela vagina pode ser comprometida quer pelo pH das secreções quer pelas bactérias agressivas.

Netegrafia:





Muco cervical incompetente:
O muco cervical que é segregado por glândulas localizadas no útero ,tem como função principal impedir o alastramento de infeções por outro lado na altura da fecundação, facilitar a mobilidade dos espermatozoides A viscosidade e a espessura do muco cervical variam consoante a concentração de hormonas ováricas, em particular de estrogénio no sangue.
Durante período fértil por norma , a espessura do muco apresenta-se mais reduzida(em norma) sem que haja qualquer tipo de anomalia, para permitir a passagem de esperma para o útero, e consequentemente os espermatozoides para as trompas de Falópio, para que ocorra a fertilização do oócito II (em metáfase II suspensa).
Se a mulher por algum motivo não conseguir produzir muco cervical em quantidades significativas isto ira intervir no desempenho dos espermatozoides, na chegada ao se objetivo que é a cavidade urina nem alcançar o oócitos II com o objetivo de o fecundar




http://www.draalessandramatos.com.br/images/infertilidade/muco.jpg 


Deteção da variação do muco cervical

De uma maneira geral este défice de muco não e assim tao facilmente detetado,mas
Uma mulher com o ciclo menstrual regularizado e normal poderá aperceber-se de um aumento do fluxo vaginal a meio do ciclo menstrual. 
Para este problema ser detetado é necessário a realização de um teste, o teste pós-coital. Neste teste é analisada a qualidade do muco, em diferentes fases do ciclo feminino.
Causas que influenciam este problema:

Uma das principais causas deste problema é a existência de um desiquilíbrio hormonal, principalmente nas concentrações de estrogénio no sangue (pois esta controla a viscosidade e a espessura do muco). Também algum tipo de infeções e medicamentos podem provocar este problema.



Tratamento deste problema:

Realizam-se exames e se o resultados destes revelarem que o pH da vagina é baixo, esta situação pode ser revertida através de lavagens vaginais ou aplicar uma solução neutralizante de bicarbonato de sódio na vagina. Se depois de recorrermos a estes métodos o pH continuar a ser baixo, para que este não afete os espermatozoides,  recorre-se a uma inseminação intrauterina.


Netgrafia:




sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Cancro do Colo do Útero

O colo do útero faz a ligação entre o útero e a vagina e é uma estrutura pequena que constitui a entrada do deste.
O cancro no colo do útero é um tumor maligno dos tecidos do útero que afecta principalmente dois locais:

  •         Colo do útero 
  •         Endométrio 


Em casos raros, o músculo uterino é afectado por um tipo de cancro conhecido como leiomiossarcoma.
O cancro do colo do útero começa na camada mais superficial do colo do útero, denominada de epitélio cervical. É aqui que se iniciam as pequenas alterações que posteriormente tornam as células epiteliais normais em células cancerosas que se multiplicam descontroladamente.
O tumor cresce, geralmente, de forma lenta e permanece restrito ao revestimento do colo do útero durante cerca de 10 anos. Quando se estende para além desta camada, aumenta o risco de afetar os órgãos próximos, incluindo o útero, a vagina, a bexiga e o recto.



Fig.1 Diferenças entre um cervix saudavel e com cancro
Fonte: http://www.zazzle.com.br/poster_do_cancro_do_colo_do_utero-228193325866704599



Etiologia



Comparando com os outros cancros, as causas da transformação maligna das células cervicais que provocam a formação do tumor ainda não são conhecidas com precisão, porém, observou-se que os tumores malignos do colo do útero são mais frequentes nas mulheres que tenham tido filhos e nas que mantêm uma vida sexual activa durante muitos anos, sobretudo caso tenham tido vários companheiros sexuais.

Todavia, estes tumores aparecem menos em mulheres que não tenham relações sexuais. Esta maior incidência do cancro do colo do útero em mulheres sexualmente activas deve-se, provavelmente, às várias infecções sexualmente transmissíveis, sobretudo as infecções provocadas pelo vírus do herpes tipo 2 e o vírus do papiloma humano (HPV), que constituem um factor de predisposição. Por outro lado, é provável que, em alguns casos, exista uma predisposição genética transmitida de forma hereditária, já que o cancro do colo do útero é especialmente frequente nas mulheres com antecedentes familiares do problema.

Quando fumadoras, as mulheres têm uma maior probabilidade de desenvolver anomalias no colo do utero se forem infetadas pelo HPV, tal como as que estão infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH).


Sintomas

As alterações pré-cancerígenas e os cancros precoces do colo do útero não tendem a provocar dor ou outros sintomas. É importante não esperar até surgirem dores para consultar o médico.
Quando a doença se agrava, a mulher pode apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:
  •          Hemorragia vaginal anormal
  1.     Hemorragia entre períodos menstruais regulares.
  2.     Hemorragia após relação sexual, irrigação vaginal ou exame pélvico
  3.     Períodos menstruais mais prolongados e intensos do que anteriormente
  4.     Hemorragias após a menopausa
  •          Aumento do corrimento vaginal
  •          Dor pélvica
  •         Dor durante as relações sexuais


Estes sintomas poderão ter a ver com infecções ou outros problemas de saúde e só o médico está habilitado a fazer esta avaliação. As mulheres que tenham algum destes sintomas devem consultar um médico para que seja possível diagnosticar e tratar eventuais problemas que surjam.

Diagnostico

O diagnóstico é realizado, geralmente, através do exame ginecológico, em que, ao inspeccionar o colo do útero e a vagina, o médico realiza igualmente um teste de Papanicolau. Durante este teste, obtém-se uma amostra de células da superfície e do canal do colo do útero que será examinada posteriormente num laboratório. Este teste é um procedimento rápido e indolor que permite detectar a presença de células anormais ou possivelmente cancerosas.
Caso sejam detectadas células anormais o médico recorre ao seguinte procedimento:

  •          Examinar novamente colo do útero e vagina, mas agora com um instrumento de ampliação.
  •          Realizar uma biópsia, onde é removido um pequeno fragmento de tecido do colo do útero para ser examinado num laboratório.
  •          Obter uma raspagem das células situadas do lado de dentro da abertura interna do colo do útero.
  •         Realizar um teste do ADN para identificar a presença de uma infecção pelo HPV.


O teste do ADN é possível identificar também o tipo de HPV o que permite uma avaliação do risco de desenvolver cancro do colo do útero, uma vez que apenas alguns tipos de HPV estão relacionados com este tipo de cancro.
Se o teste de ADN para o HPV sugerir um risco mais elevado de desenvolvimento de cancro poderá ser necessária a realização de testes adicionais. Em contrapartida, as mulheres que apresentam um risco mais baixo podem esperar alguns meses antes de realizarem um novo esfregaço de Papanicolau de seguimento.


Tratamento

 Não cirúrgico
  • Radioterapia ou medicamentos antineoplásticos


Antineoplásicos são substâncias que impedem o desenvolvimento, crescimento ou proliferação de células de tumores malignos. Estas substâncias podem ser de origem natural, sintética ou semi-sintética.

Cirúrgico

O cancro do endométrio em fase muito avançada é geralmente tratado através de histerectomia (remoção completa do útero e do colo do útero) simples e remoção das trompas de Falópio e dos ovários.



Fig.2  Remoção do útero e das trompas de Falópio
Fonte: www.mhs.net

Alguns cirurgiões aconselham também a remoção dos gânglios linfáticos da pelve e do abdómen.

O estado do cancro é determinado pela extensão da sua disseminação.

  •      Estadio 0: o cancro permanece dentro da camada superficial.
  •      Estadio I: o cancro permanece dentro do colo do útero.
  •      Estadio II: o cancro estende-se para fora do colo do útero, mas não atinge a parede pélvica, nem a porção inferior da vagina.
  •    Estadio III: o cancro estende-se para a parede pélvica, para a porção inferior da vagina ou para os ureteres (tubos musculares que ligam os rins à bexiga).
  •      Estadio IV: o cancro estende-se para fora da região pélvica ou envolve a bexiga, o recto ou ambos.


Para o cancro no Estadio 0 ou no Estadio I, o tratamento recomendado deverá ter sempre em consideração se a paciente pretende ter filhos. Numa grávida a quem seja diagnosticado um cancro do colo do útero no Estadio 0 ou no Estadio I pode ser possível adiar o tratamento até depois do parto.
Uma mulher com um cancro no Estadio 0 e que ainda pretende ter filhos é geralmente sujeita a uma intervenção cirúrgica onde se realiza uma das seguintes opções de tratamento:
  • Aquecimento e vaporização da camada tecidular superficial
  • Congelação do tecido epitelial para destruir as células anormais
  • Remoção cirúrgica de um fragmento de tecido do colo do útero com a forma de um cone (conização)
  •  Remoção das células anormais do colo do útero utilizando uma corrente eléctrica

Após estas intervenções, as mulheres deverão realizar testes de Papanicolau frequentes para analisar a presença de células anormais.



Fig.3 Teste Papanicolau

 As mulheres com um cancro no Estadio I que pretendem engravidar, podem ser apenas submetidas a uma remoção de um fragmento de tecido do colo do útero com a forma de um cone.
Nas mulheres que não desejam engravidar, o tratamento para o cancro no Estadio I, passa geralmente por uma histerectomia total.

Os cancros no Estadio I e II de maiores dimensões podem requerer uma histerectomia radical ou então radioterapia com quimioterapia. A escolha entre a cirurgia e a radioterapia depende da idade e do estado de saúde da mulher. Também deverá ser tomada em consideração a preocupação da mulher no que diz respeito aos efeitos secundários ou complicações.




Fig.4  Histerectomia Parcial, Total e Radical

O cancro nos Estadios III e no Estadio IV devem ser tratados com radioterapia, sendo que a combinação de quimioterapia com a radioterapia permite melhorar a sobrevivência nestes estádios mais avançados.

Netgrafia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cancro_do_%C3%BAtero
http://hmsportugal.wordpress.com/2011/07/26/cancro-do-colo-do-utero/
http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=691
http://www.roche.pt/sites-tematicos/infocancro/index.cfm/tipos/cancro-do-colo-do-utero/ccu-sintomas/

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

"Não consigo engravidar, que faço?"

A necessidade de ser mãe é intrínseca a muitas mulheres. Devido a este facto, casais que sofrem de infertilidade gastam milhões de euros todos os anos, em opções fornecidas pela mais alta vanguarda científico-médica, como a inseminação intrauterina, injeção intracitoplasmática (ICSI), injeções hormonais, fertilização in vitro (FIV) entre outros que poderão consultar no blog: http://rmaplar.blogspot.pt/.

Infelizmente muitas mulheres, mesmo com métodos de reprodução medicamente assistida (RMA) anteriormente citados, não conseguem procriar, o que poderá suscitar frequentemente depressões e situações de stress que afetarão não só a saúde da mulher como também a do casalMas existem outras opções que são consideradas como viáveis para saciar o desejo de ser mãe. Neste artigo irá ser abordado a Maternidade de Substituição, sendo este um tema que merece um esclarecimento para todas as mulheres em situação de infertilidade, ou outrem. 

Maternidade de Substituição

maternidade de substituição  (também conhecida por barriga-de-aluguer) é um acordo em que uma mulher aceita engravidar com o objetivo de dar à luz uma criança destinada a ser criada por outrem. O bebé pode ser filho biológico da mulher em estado de gravidez ou ser fruto do óvulo de uma outra mulher previamente fertilizado e implantado no útero da gestante. 

Apesar de ter efetuado uma pesquisa exaustiva, não encontrei informações sobre a maternidade de substituição ter sido legalizada em Portugal. ou seja, se decidir recorrer a este método terá de fazê-lo num país onde a sua legislação o permita, não correndo quaisquer riscos de ilegalidades. No entanto há que referir, que a legalidade da maternidade de substituição é um tema que ainda  é discutido na Assembleia da República.


"Presente de mulher para mulher"
Fonte: surrogatealternatives.wordpress.com
De acordo com o jornal Expresso, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida , terá acordado que para recorrer a este processo, a gestante e os futuros pais terão de aceitar um contrato de gestação que abrange 13 ou mais critérios definidos pela CNECV, pela gestante ou pelo casal ou individual. Os critérios básicos definidos pelo CNECV:
  1. A gestante de substituição e o casal beneficiário estão cabalmente informados e esclarecidos, entre outros elementos igualmente necessários, sobre o significado e consequências da influência da gestante de substituição no desenvolvimento embrionário e fetal (por exemplo, epigenética), constando tal esclarecimento detalhado no consentimento informado escrito, assinado atempadamente.
  2. O consentimento pode ser revogado pela gestante de substituição em qualquer momento até ao início do parto. Neste caso a criança deve ser considerada para todos os efeitos sociais e jurídicos como filha de quem a deu à luz.
  3. O contrato entre o casal beneficiário e a gestante de substituição deve incluir disposições a observar em caso de ocorrência de malformações ou doença fetais e de eventual interrupção voluntária da gravidez.
  4. A gestante de substituição e o casal beneficiário devem estar informados que a futura criança tem o pleno direito a conhecer as condições em que foi gerada.
  5. A gestante de substituição não deve simultaneamente ser dadora de ovócitos na gestação em causa.
  6. A gestante de substituição tem que ser saudável.
  7. As motivações altruístas da gestante de substituição devem ser previamente avaliadas por equipa de saúde multidisciplinar, não envolvida no processo de PMA.
  8. Quaisquer intercorrências de saúde ocorridas na gestação (a nível fetal ou materno) são decididas exclusivamente pela gestante de substituição com o apoio de equipa multidisciplinar de saúde.
  9. Cabe ao casal beneficiário, em conjunto com a gestante de substituição, decidir a forma de amamentação (devendo, em caso de conflito, prevalecer a opção do casal beneficiário).
  10. É legalmente inaceitável a existência de uma relação de subordinação económica entre as partes envolvidas na gestação de substituição.
  11. O contrato sobre a gestação de substituição (celebrado antes da gestação) não pode impor restrições de comportamentos à gestante de substituição (tais como condicionamentos na alimentação, vestuário, profissão, vida sexual).
  12. O embrião transferido para a gestante de substituição tem como progenitores gaméticos, pelo menos, um dos elementos do eventual casal beneficiário.
  13. A lei sobre esta matéria e sua regulação complementar serão obrigatoriamente reavaliadas três anos após a respetiva entrada em vigor.

Maternidade de Substituição- Uma opção viável?


A maternidade de substituição poderá oferecer ao casal ou individual:
Casal com bebé
Fonte:transitionsinmotherhood.com 
  • a oportunidade de ter um filho biológico através de métodos de reprodução medicamente assistidos confinados à futura gestante;
  • o privilégio de poder acompanhar a gravidez do “útero de aluguer" dos futuros pais, através de um acompanhamento frequente efetuado à gestante;
  • a oportunidade de criar o bebé desde o dia em que nasce.

Apesar de fornecer oportunidades não existentes na adoção, existem várias questões éticas e diversas implicações sociais que abrangem este método , sendo estes os motivos pelos quais este método tem criado tanta discussão tanto ao nível da assembleia geral como do país inteiro, e que ainda se encontra ilegalizado em Portugal. 

Vários problemas poderão surgir, nomeadamente, ao nível da gestante que ao ter o feto no seu seio uterino, poderá começar a tê-lo em conta como seu filho e após o seu nascimento e apesar de ter assinado um contrato de gestação, luta pela sua custódia perturbando o normal ambiente familiar. Outro problema reside no facto da maternidade de substituição poder surgir como opção a mulheres que por mera futilidade, querem ter um filho, sem correr o risco de "estragar" o seu corpo. Tornando todo o processo, num ato de futilidade e  como consequência, sem qualquer fundamento. 

 que referir que a ilegalização da prática em Portugal  poderá fomentar situações que poderão por em risco a saúde do bebé, pois sendo praticada de modo extrajurídico, os termos e condições serão sublinhados pelos futuros pais e gestante, que muito provavelmente não terão o melhor conhecimento sobre como lidar com a situação.

Ter-se-à de ter em conta que a maternidade de substituição consiste numa parceria deveras importante entre gestante e pais, que será marcante e fundamental para o desenvolvimento normal do bebé num seio que, por sua vez, não será o materno. O que está em questão, afinal, é a vida de uma pessoa, sendo que dever-se-à confiar completamente na gestante e no papel que terá na vida deste bebé. Na minha opinião, deverá também ser definido, caso este processo se legalize, que só poderão recorrer a este método de gravidez, mulheres que não conseguem ter filhos, ou que têm alguma doença genética, ou qualquer outro motivo de força maior que não lhes permite a procriação.

Eis um caso onde a "mãe de aluguer" ganhou custódia parental:

No ano de 2012, Farzana Naheed  acordou ter um filho para um casal infértil, mas após o nascimento da bebé Fatima decidiu ficar com ela levando o casal a tribunal. Depois de uma árdua batalha judicial, o paquistanês-americano Farooq Siddiqui não conseguiu provar que era de facto o pai biológico da menina e que ele e a sua mulher tinham feito um acordo de maternidade de substituição, que alegadamente nunca existiu. Este caso é a prova inequívoca de que a maternidade de substituição necessita de uma legislação rigorosa, com termos bem definidos tanto pela gestante como pelos futuros pais, de modo a evitar situações do mesmo género. 


Documentário sobre a maternidade de substituição no Brasil, que tal como em Portugal é uma prática ilegal:



Netgrafia:

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Endometrite

A Endometrite é o processo inflamatório da mucosa uterina provocado por infeções microbianas/virais e por causas mecânicas, tóxicas ou circulatórias. Esta patologia é mais comum nos países subdesenvolvidos sendo que as condições de higiene são mais desfavoráveis a população está mais propícia a contrair infeções. O tratamento geralmente é feito com antibióticos, mas em casos mais graves, será necessário proceder a uma histerectomia.


Os fatores que desencadeiam a endometrite são diversos, das quais merecem destaque: DST's (doenças sexualmente transmissíveis), lesões devido ao parto, procedimentos ginecológicos executados sem precisão ou higiene, ou métodos contracetivos utilizados de modo prolongado e inadequado (DIU).

Dispositivo Intrauterino
Fonte: memoriasdeunmir.blogspot.com
  • As principais DST's que originam esta patologia são a gonorreia, sífilis e clamídia. A única forma de prevenir a transmissão destas doenças é a utilização do preservativo, sendo que muitas vezes os portadores destas são assintomáticos.
  • O DIU (Dispositivo Intrauterino) quando utilizado de forma prolongada ou inadequada também poderá originar graves inflamações ao nível do útero, sendo uma das principais causas da endometrite nos países desenvolvidos.
  • As lesões mecânicas são particularmente evidentes no caso dos abortos, partos ou procedimentos ginecológicos simples geralmente efetuados por pessoal não classificado e em condições de esterilidade e higiene muito baixas. 

Sintomas

Existem diversos sintomas que indicam que uma mulher poderá ter endometrite:

  • Inchaço ou distensão abdominal;
  • Hemorragias vaginais anormais;
  • Corrimento vaginal anormal com cor amarelada ou acastanhada e cheiro intenso;
  • Obstipação forte;
  • Febre acima dos 38oC;
  • Dor abdominal ou pélvica crónica, sendo mais acentuada na fase de menstruação;
  • Desconforto geral, mal-estar.

Implicações na Fertilidade

Uterine Synechiae- Sinéquias Uterinas
Fonte: legal-anatomical.medicalillustration.com
Tecido Cicatricial/Aderências: as infeções uterinas poderão originar inflamações que aquando a sua severidade poderão resultar em lesões tanto ao nível do útero como ao nível das trompas. No caso das trompas, poderá ser criado um tecido cicatricial designado por aderências, que resultará numa obstrução tubar, impedindo o transporte do embrião, ou até mesmo a própria fecundação. Ao nível do útero, este tecido cicatricial denomina-se por sinéquias uterinas.

Auto-anticorpos: anticorpos Ig e IgA e linfócitos podem sofrer um acréscimo notável no endométrio de uma mulher que tem endometrite. Estas substâncias, em níveis anormais, interferem com a nidação, sendo que o zigoto formado é tido em conta como um “corpo desconhecido”. Assim, os anticorpos e linfócitos entram em ação, rejeitando o embrião. Seguidamente, este é expelido pelo orifício vaginal.

Diagnóstico

O Teste de Papanicolau é um exame ginecológico realizado com o objetivo de prevenir o cancro do colo de útero. O papanicolau também é capaz de identificar infeções causadas por vírus no colo do útero e infeções vaginais como as de etiologia fúngica. Este teste consiste basicamente na colheita de tecido do colo uterino com uma espátula, sendo este material colocado numa lâmina e analisado posteriormente, verificando-se se o tecido se encontra inflamado. 

Outro diagnóstico, mais invasivo, será a Laparoscopia, um procedimento cirúrgico onde uma câmara é utilizada para observar a cavidade abdominal. Este procedimento permite um diagnóstico com uma ínfima margem de erro, sendo que a partir deste exame o médico consegue uma visão nítida das lesões causadas pela inflamação do endométrio.

Teste de papanicolau
Fonte: http://www.cancer.gov/images/cdr/live/CDR609927-750.jpg
Tratamento

Medicação - Tratamento não-cirúrgico


Antibióticos:  Como já fora anteriormente salientado as doenças que poderão originar a endometrite são a sífilis, clamídia e gonorreia. O tratamento destas doenças, por sua vez, baseia-se na administração de antibióticos. No caso da gonorreia são utilizados com mais frequência os antibióticos: Ceftriaxona, Ciprofloxacino e Azitromicina; no tratamento da sífilis: Penicilina G; por fim, na clamídia: Azitromicina e Metronizadol. O tratamento destas patologias resulta num avanço do tratamento da endometrite.

Anti-inflamatórios: os anti-inflamatórios não esteróides controlam a inflamação, podendo reduzir as dores. São exemplos destes, o ibuprofeno e o naproxen.

Tratamento Cirúrgico


Cistectomia: consiste na cisão das adesões e na restauração de uma anatomia pélvica normalizada. Pequenos instrumentos são inseridos nas incisões para retirar o tecido inflamado e cortar as aderências. O médico recorre a esta cirurgia quando a paciente apresenta obstrução ao nível das trompas de Falópio ou sinéquias uterinas.

Histerectomia Vaginal: esta é uma operação cirúrgica da área ginecológica que consiste na remoção do útero. A histerectomia pode ser total, quando se retira o útero na sua totalidade, ou subtotal, quando não se retira o colo do útero. Esta operação é efetuada em casos muito severos, ou seja, quando o útero se encontra da tal modo inflamado e infetado que a única solução será a sua remoção.
Processo cirúrgico da Histerectomia Vaginal
Fonte: http://www.doereport.com/imagescooked/4879W.jpg


Netgrafia: