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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Endometriose

A endometriose é uma doença localizada no endométrio. Caracteriza-se pela presença de células endometriais fora da cavidade uterina, como nas trompas de Falópio, bexiga, rins, intestinos e pulmões.

O tecido endometrial nestes órgãos responde ás hormonas ováricas (estrogénios e progesterona) tal como o endométrio que está no interior do útero. Assim, cresce, modifica-se e descama. Os órgãos afectados são inflamados devido a este ciclo o que causa fortes dores.



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 Fig.1 Diferença entre um útero normal e um útero afetado

Fonte: http://www.trocandofraldas.com.br/wp-content/uploads/endometriose-1.jpg



Etiologia


A causa exacta desta doença é desconhecida. Contudo, existem várias teorias que a tentam explicar.

Segundo a teoria de Sampson (1927), a endometriose está associada a uma menstruação retrógrada. Sampson explicava que a causa poderia ser o facto de fragmentos do endométrio que se desprendem durante a menstruação, não serem expelidos e subirem pelas trompas até á cavidade abdominal, instalando-se e continuando a receber a informação e respondendo aos estímulos hormonais. Estas células localizadas fora do útero não são expelidas. Podem ter pequenos sangramentos que se curam e permanecem no mesmo sitio, formando quistos que podem atingir o tamanho de uma laranja, sendo depois estimuladas novamente durante o próximo ciclo.

Além das teorias que existem, os factores ambientais também estão relacionados com a doença, em especial químicos que contaminam o ambiente.

Fatores genéticos é outra das causas, a endometriose pode ser passada para as gerações seguintes e embora, normalmente, seja diagnosticada entre os 25 e os 35 anos, a doença começa quando a menstruação regular inicia.

Sintomas


Em muitos casos, não há sintomas. Algumas mulheres com casos graves de endometriose nunca sentem dor, enquanto outras com endometriose leve sentem dor intensa. Mas os sintomas poderão ser os seguintes:


  • Menstruações dolorosas
  • Dor abdominal ou cólicas que se extendem durante uma semana ou duas antes da menstruação
  • Dor abdominal durante a menstruação
  • Dor durante ou após a relação sexual
  • Dor pélvica ou lombar que pode ocorrer a qualquer momento do ciclo menstrual
  
Implicações na fertilidade

O endométrio é uma camada modificada sob ação hormonal, respondendo ás hormonas ováricas (estrogenios e progesterona).
Esta camada tem como responsabilidade dar as condições necessárias para que o óvulo fecundado, o ovo,  se implante e seja nutrido até que se forme a placenta para permitir as trocas entre a mãe e o feto.
Ao longo do ciclo, o tecido endometrial vai-se alterando no que diz respeito á espessura e descama caso não haja fecundação e gravidez, regenerando depois para voltar a um novo ciclo.

Quando termina a menstruação, as camadas mais externas do endométrio saem juntamente com o sangue menstrual, ficando apenas a parte mais interna do tecido. A partir daí, os ovários segregam estrogénios que vão atuar no endométrio provocando o crescimento das suas camadas e fazendo, assim, estimular o aparecimento de glândulas e vasos sanguíneos até á próxima ovulação e produção de progesterona.~

Quando é produzida a progesterona, o endométrio modifica-se tornando-se mais “protegido”, o que é importante para o processo de nidação do ovo.
Este processo é prolongado quando a mulher fica grávida, devido á permanência do corpo amarelo no ovário que produz progesterona, assegurando a gravidez.

Não ocorrendo fecundação nem consequentemente gravidez, o endométrio pára de ser estimulado devido à paragem de produção de progesterona, sendo depois descamado e explelido através da menstruação.

Muitas vezes, o que causa a infertilidade nesta doença é o diagnóstico tardio, pois pode haver um rompimento das trompas, que conduzem o ovulo até ao útero, além de se poder associar a alterações hormonais que dificultam a gestação.

 “A endometriose faz com que o número de óvulos seja menor e menos eficiente. A doença não inviabiliza, mas diminui a oportunidade de gestação”.


Diagnostico


A endometriose é cada vez mais diagnosticada nas mulheres. De difícil diagnostico e tratamento, o ginecologista deve ser especializado neste tipo de paciente.

O diagnóstico é feito por um exame físico, ultrassom endovaginal especializado, exame ginecológico e outros exames de laboratório.

O  exame de toque deve ter uma atenção especial, o que é fundamental no diagnóstico da endometriose profunda. Em alguns casos, o ginecologista solicita uma ressonância nuclear magnética e uma ecocoloposcopia.

Este doença é difícil de diagnosticar por um exame físico, ou seja, realizado durante uma consulta ginecológica de rotina. Desta forma, os exames de imagem são mais adequados para indicar a possível existência da doença, que será confirmada posteriormente por meio de exames laboratoriais específicos.

Entre os exames de imagem, destacam-se:

  • Ultrassonografia transvaginal –  Procedimento mais barato que permite a identificação de endometriomas, aderências pélvicas e endometriose profunda.

  • Ressonância magnética – Exame mais caro. A ressonância magnética apresenta melhores taxas de sensibilidade e especificidade na avaliação de pacientes com endometrioma e endometriose profunda.


Para identificar a existência da endometriose, podem ser solicitados outros exames como a ultrassonografia transretal, a ecoendoscopia retal e a tomografia computadorizada. Após a identificação de alguma alteração, o médico poderá optar por realizar uma biópsia de modo a confirmar o diagnóstico. Esta avaliação será realizada por meio de exames chamados laparoscopia e laparopotomia.

Laparoscopia – Permite tanto o diagnóstico como o tratamento da paciente. O procedimento é realizado através de pequenas incisões na barriga, e a introdução de instrumentos telescópicos para a visualização, e se for o caso, para a retirada das lesões. Este exame também permite a recolha de material para avaliação histológica e tratamento cirúrgico das lesões. O ideal é que seja realizado após terminar a fase de avaliação por meio dos métodos de imagem, permitindo que o diagnóstico e o tratamento possam ser feitos de maneira integrada. A Laparoscopia é mais vantajosa que a Laparotomia, porque envolve um menor tempo de hospitalização, anestesia e recuperação, além de permitir uma melhor visualização dos focos da doença.
Laparotomia – É um procedimento tadicional. Envolve uma incisão abdominal maior para chegar aos órgãos internos, e pode ser indicada pelo médico dependendo das necessidades da paciente.


Tratamento

A endometriose é uma doença crónica, por isso o acompanhamento médico contínuo é fundamental.

Tratamento Cirúrgico

Laparoscopia

É possível eliminar apenas os focos da doença ou as complicações que ela traz – como quistos, por exemplo. Em situações mais sérias, os órgãos pélvicos poderão ter de ser removidos. Também é possível recorrer a laparoscopia com laser, mas tudo depende das condições da doença.


Tratamento Não Cirúrgico


·         Analgésicos
·         Anti-inflamatórios
·         Análogos de GNRH
·         Danazol
·         Dienogeste


Também é possível reduzir os sintomas utilizando o DIU com levonorgestrel.

Caso a paciente deseje engravidar, a melhor alternativa é a fertilização in vitro, logo, poderá ser aconselhada a ir a um Centro de Reprodução Humana pois a endometriose não afeta a taxas de gravidez quando é escolhido este método.


Não existe cura permanente para a endometriose. O objetivo do tratamento é aliviar a dor e diminuir os outros sintomas, como favorecer a possibilidadede gravidez e diminuir as lesões endometrióticas.






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