O colo do útero faz a ligação entre o útero e a vagina e é uma
estrutura pequena que constitui a entrada do deste.
O cancro no
colo do útero é um tumor maligno dos tecidos do útero que afecta principalmente
dois locais:
- Colo do útero
- Endométrio
Em casos raros, o músculo uterino é afectado por um tipo de cancro conhecido como leiomiossarcoma.
O cancro do colo do
útero começa na camada mais superficial do colo do útero, denominada de
epitélio cervical. É aqui que se iniciam as pequenas alterações que
posteriormente tornam as células epiteliais normais em células cancerosas que
se multiplicam descontroladamente.
O tumor cresce,
geralmente, de forma lenta e permanece restrito ao revestimento do colo do
útero durante cerca de 10 anos. Quando se estende para além desta camada,
aumenta o risco de afetar os órgãos próximos, incluindo o útero, a vagina, a
bexiga e o recto.
Fig.1 Diferenças entre um cervix saudavel e com cancro
Fonte: http://www.zazzle.com.br/poster_do_cancro_do_colo_do_utero-228193325866704599
Etiologia
Comparando com os outros cancros, as causas da transformação
maligna das células cervicais que provocam a formação do tumor ainda não
são conhecidas com precisão, porém, observou-se que os tumores malignos do colo
do útero são mais frequentes nas mulheres que tenham tido filhos e nas que
mantêm uma vida sexual activa durante muitos anos, sobretudo caso tenham tido
vários companheiros sexuais.
Todavia, estes tumores aparecem menos em mulheres que não tenham relações sexuais. Esta maior
incidência do cancro do colo do útero em mulheres sexualmente activas deve-se,
provavelmente, às várias infecções sexualmente transmissíveis, sobretudo as
infecções provocadas pelo vírus do herpes tipo 2 e o vírus do papiloma humano
(HPV), que constituem um factor de predisposição. Por outro lado, é provável
que, em alguns casos, exista uma predisposição genética transmitida de forma
hereditária, já que o cancro do colo do útero é especialmente frequente nas
mulheres com antecedentes familiares do problema.
Quando fumadoras, as mulheres
têm uma maior probabilidade de desenvolver anomalias no colo do utero se forem
infetadas pelo HPV, tal como as que estão infectadas pelo vírus da
imunodeficiência humana (VIH).
Sintomas
As alterações pré-cancerígenas e os cancros precoces do colo do útero não
tendem a provocar dor ou outros sintomas. É importante não esperar até surgirem dores para consultar o médico.
Quando a doença se agrava, a mulher pode apresentar um ou mais dos
seguintes sintomas:
- Hemorragia vaginal anormal
- Hemorragia entre períodos menstruais regulares.
- Hemorragia após relação sexual, irrigação vaginal ou exame pélvico
- Períodos menstruais mais prolongados e intensos do que anteriormente
- Hemorragias após a menopausa
- Aumento do corrimento vaginal
- Dor pélvica
- Dor durante as relações sexuais
Estes sintomas poderão ter a ver com infecções ou outros problemas de saúde
e só o médico está habilitado a fazer esta avaliação. As mulheres que tenham
algum destes sintomas devem consultar um médico para que seja possível diagnosticar
e tratar eventuais problemas que surjam.
Diagnostico
O diagnóstico é realizado, geralmente,
através do exame ginecológico, em que, ao inspeccionar o colo do útero e a
vagina, o médico realiza igualmente um teste de Papanicolau. Durante este teste,
obtém-se uma amostra de células da superfície e do canal do colo do útero que
será examinada posteriormente num laboratório. Este teste é um procedimento
rápido e indolor que permite detectar a presença de células anormais ou
possivelmente cancerosas.
Caso sejam detectadas células anormais o
médico recorre ao seguinte procedimento:
- Examinar novamente colo do útero e vagina, mas agora com um instrumento de ampliação.
- Realizar uma biópsia, onde é removido um pequeno fragmento de tecido do colo do útero para ser examinado num laboratório.
- Obter uma raspagem das células situadas do lado de dentro da abertura interna do colo do útero.
- Realizar um teste do ADN para identificar a presença de uma infecção pelo HPV.
O teste do ADN é possível identificar também
o tipo de HPV o que permite uma avaliação do risco de desenvolver cancro do
colo do útero, uma vez que apenas alguns tipos de HPV estão relacionados com
este tipo de cancro.
Se o teste de ADN para o HPV sugerir um
risco mais elevado de desenvolvimento de cancro poderá ser necessária a
realização de testes adicionais. Em contrapartida, as mulheres que apresentam
um risco mais baixo podem esperar alguns meses antes de realizarem um novo
esfregaço de Papanicolau de seguimento.
Tratamento
Não cirúrgico
- Radioterapia ou medicamentos antineoplásticos
Antineoplásicos são substâncias que
impedem o desenvolvimento, crescimento ou proliferação de células de tumores
malignos. Estas substâncias podem ser de origem natural, sintética ou
semi-sintética.
Cirúrgico
O cancro do endométrio em fase muito avançada
é geralmente tratado através de histerectomia (remoção completa do útero e do colo do
útero) simples e remoção das trompas de Falópio e dos ovários.
Fig.2 Remoção do útero e das trompas de Falópio
Fonte: www.mhs.net
Alguns cirurgiões aconselham também a
remoção dos gânglios linfáticos da pelve e do abdómen.
O estado do cancro é determinado pela
extensão da sua disseminação.
- Estadio 0: o cancro permanece dentro da camada superficial.
- Estadio I: o cancro permanece dentro do colo do útero.
- Estadio II: o cancro estende-se para fora do colo do útero, mas não atinge a parede pélvica, nem a porção inferior da vagina.
- Estadio III: o cancro estende-se para a parede pélvica, para a porção inferior da vagina ou para os ureteres (tubos musculares que ligam os rins à bexiga).
- Estadio IV: o cancro estende-se para fora da região pélvica ou envolve a bexiga, o recto ou ambos.
Para o cancro no Estadio 0 ou no Estadio
I, o tratamento recomendado deverá ter sempre em consideração se a paciente
pretende ter filhos. Numa grávida a quem seja diagnosticado um cancro do colo
do útero no Estadio 0 ou no Estadio I pode ser possível adiar o tratamento até
depois do parto.
Uma mulher com um cancro no Estadio 0 e
que ainda pretende ter filhos é geralmente sujeita a uma intervenção cirúrgica
onde se realiza uma das seguintes opções de tratamento:
- Aquecimento e vaporização da camada tecidular superficial
- Congelação do tecido epitelial para destruir as células anormais
- Remoção cirúrgica de um fragmento de tecido do colo do útero com a forma de um cone (conização)
- Remoção das células anormais do colo do útero utilizando uma corrente eléctrica
Após estas intervenções, as mulheres
deverão realizar testes de Papanicolau frequentes para analisar a presença de
células anormais.
Fig.3 Teste Papanicolau
Fonte: www.papanicolau.es
As mulheres com um cancro no Estadio I
que pretendem engravidar, podem ser apenas submetidas a uma remoção de um
fragmento de tecido do colo do útero com a forma de um cone.
Nas mulheres que não desejam engravidar,
o tratamento para o cancro no Estadio I, passa geralmente por uma histerectomia total.
Os cancros no Estadio I e II de maiores dimensões podem requerer uma histerectomia radical ou então radioterapia com quimioterapia. A escolha entre a cirurgia e a radioterapia depende da idade e do estado de saúde da mulher. Também deverá ser tomada em consideração a preocupação da mulher no que diz respeito aos efeitos secundários ou complicações.
Fig.4 Histerectomia Parcial, Total e Radical
O cancro nos Estadios III e no Estadio
IV devem ser tratados com radioterapia, sendo que a combinação de quimioterapia
com a radioterapia permite melhorar a sobrevivência nestes estádios mais
avançados.
Netgrafia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cancro_do_%C3%BAtero
http://hmsportugal.wordpress.com/2011/07/26/cancro-do-colo-do-utero/
http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=691
http://www.roche.pt/sites-tematicos/infocancro/index.cfm/tipos/cancro-do-colo-do-utero/ccu-sintomas/
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